TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR! TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO AUTOR!

A UTILIZAÇÃO DO MATERIAL SEM A PRÉVIA AUTORIZAÇÃO DO AUTOR, SUJEITA AO RESPONSÁVEL ÀS RESPONSABILIDADES PREVISTAS NA LEI DE DIREITOS AUTORAIS!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Pião

 

Rachava no alto o sol que ardia forte.

Bolha d'água fazia na cacunda do pião.

Estourava o arder do sol na pele queimada sem estar na praia.

 

Ondulações de água ardente na palma da mão.

São as marcas do trabalho do pião.  

Na labuta da terra dura sem água.

 

Na construção do prédio que quase arranha o céu.

Lá esta ele, o pião, sem valor, nem estudo.

Mal escreve o nome ou sabe ler.

 

Chibata na cacunda ainda tem.

A escravidão estaria de fato enterrada no passado?

Mal remunerado ele usa o corpo como ferramenta de trabalho e ganha-pão.

Carrega peso, empurra carrinho de mão, levanta parede, vira massa, corre enxada e toca gado na escuridão.

 

O 'doutor' que nasceu "em berço esplêndido" não valora o pião.

Faz pouco dele e acha que cada um tem o que merece.

Mas ele se esquece que o sol não é para todos.

É para o pião que não sabe o que é champagne nem escargot.

 

Mas o "doutor" não sabe que é com o sol que o alimento cresce e dá frutos.

E quem cuida do alimento é o pião.

Que é do sol que "castiga" o pião, que provém à energia que alimenta o corpo.

Que supre a alma.  

 

Melhor é ser pião.

Sentir na face o calor e a sensação do sol.

O mais próximo que o "doutor" chega do sol é estar no arranha céu construído pelo pião!

Nenhum comentário: